Adorei esta cidade de Santa Fe de Antioquia. Ficaram as mais doces memórias e uma vontade imensa de regressar se a oportunidade surgir e sobretudo de visitar outras localidades deste género, que existem. Mas a verdade é que num dia bem passado a vila esgota-se e esta manhã sentia-me pronto a seguir caminho.

É um despertar descontraído, de quem não tem preocupações para o dia que se anuncia. Apenas a de estar no aeroporto de Medelin ao serão, para voar para Bogotá com a low cost local VivaColombia!.

Saí pelas ruas, em busca de um canto ainda por descobrir, mas encontrei já tudo visto. Visitei um museu local e procurei a casa de sumos que tanto tinha agradado na véspera apenas para descobrir que de todos os dias do ano tinham escolhido precisamente este para aumentar brutalmente os preços e decidi não consumir nada.

Voltei a deliciar-me com a agitação da praça principal, que calhava a ficar ao fim da “minha” rua. Os autocarros locais são mesmo um espectáculo. Até quando correrão? O meu pensamento vai para Malta, onde os característicos autocarros amarelos e laranja, dos anos 50 e 60, foram substituídos a um só tempo por uma frota de viaturas chinesas.

É Quinta-feira mas as ruas estão tão calmas que mais parece uma pacata manhã de Domingo. Há obras na calçada. Substituem-se canos.

Vou lá abaixo, à estação de autocarros, diferente das actividades da praça principal. O serviço para Medelin é assegurado por viaturas mais… digamos… normais. Consulto os horários. Vou para a cidade a meio da tarde e terei bastante tempo para “queimar”, mas prefiro assim do que me preocupar com qualquer imprevisto.

Regresso ao quarto para recolher as coisas, vagueio um pouco mais pelas ruas de Santa Fe de Antioquia e despeço-me desta localidade que tanto me encantou. Espero na estação, pacientemente. Indicam-me o autocarro que partirá para Medelin e sou o primeiro a ocupar um lugar. No regresso, olhos bem abertos, para ver todos aqueles pormenores da Colômbia rural. Que distate estão daqui as imagens de crime e violência que ainda estão associadas a este belo país….

E de volta à já familiar Estacion del Leste. Queimo um pouco de tempo. Compro comida, uso a wi-fi pública da estação e sento-me a ver televisão. E porquê? Porque não resisto a ver o “meu” o Preço da História dobrado em castelhano, o que é verdadeiramente divertido.

Exploro um pouco as imediações da estação, vou até à entrada do metro, observo o jardim botânico, do outro lado de uma via rápida, matutando se hei-de ir até lá ou não. No fim a preguiça e o receio vencem e volto calmamente para o terminal rodoviário.

Agora é procurar o transporte para o aeroporto, que é lá fora. Logo uns cidadãos se oferecem para ajudar, com tanta presteza que fico desconfiado. Mas não é nada, apenas a hospitalidade colombiana em acção. Logo estou a rodar em direcção ao terminal. A meio, uma paragem forçada, uma brigada da polícia manda parar o autocarro, sabendo do seu destino. Entre a bordo um cão treinado para encontrar droga. Acusa um homem que sai do autocarro a pingar suor. Lá fora é interrogado, revistado. E nós à espera. Afinal era um falso alarme. Pobre homem. Volta para dentro, toda a gente a mirá-lo. E seguimos.

O processo de embarque é normal e ao fim do serão estou a aterrar em Bogotá. Vou procurar um cantinho para dormir no aeroporto e pela manhã procurarei transporte para o centro da cidade.

 

 

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