Ora depois de uma noite passada em Xalapa, um dia nos arredores, em duas aldeias históricas, classificadas pelas autoridades mexicanas enquanto tal.

Mas antes, um passeio matinal pelas ruas de Xalapa. Dia cinzento, muito cinzento, carregado, a ameaçar chuva. A cidade é assim mesmo, neutra. Não tem nada de especial, é simpática, uma boa base para um ou dois passeios de dia inteiro e não mais do que isso. Bons restaurantes, muito comércio, pastelarias.

Rua de Xalapa

A zona antiga é quase inexistente. Limita-se a um par de ruas de charme limitado. Depois, pode-se caminhar mais, claro, explorar um pouco. Mas sempre numa nota intermédia, sem grandes interjeições de surpresa. Aqui, uma antiga escola com uma bonita fachada, acolá uma igreja, e uma senhora que vende sumos de fruta deliciosos, um bom pequeno-almoço.

Pagamos mais uma noite na recepção do hotel. E vamos à procura do autocarro para Coatepec, uma boa caminhada desde o centro. Transporte encontrado com facilidade onde estava previsto, uma carripana velha, muito local. Os passageiros são sobretudo pessoas das aldeias envolventes que vieram à cidade tratar de um qualquer assunto, e também estudantes que frequentam as escolas de Xalapa.

Uma fachada da aldeia de Xico

Não é uma viagem longa. E Coatepec. Pitoresca. Explorámos as suas ruas. Um pequeno problema do ponto do vista do visitante causal é que a aldeia se estende muito, percorrê-la implica caminhar bastante. Longas ruas, em planta geométrica.

É um ambiente rural, que se sente nos edifícios e nas gentes. Infelizmente o parque central encontra-se encerrado, reflexo da paranoia inconsistente que se vive no México relativamente ao COVID-19. Digo inconsistente porque há um relaxamento onde não devia haver e depois surgem medidas absurdas e desajustadas ao momento epidemiológico.

A luz de um diz cinzento prejudica a visita. E os carros, carros por todo o lado.

Parámos um pouco para beber um sumo e procurámos de seguida um transporte para Chico, uma outra aldeia histórica que se encontra a poucos quilómetros de Coatepec. A linha perfeita para se  fazer num dia a partir de Xalapa.

Perdemos um autocarro, que arrancou mesmo debaixo do nosso olhar. E agora? Agora é esperar. Passa um carro do qual se houve o anúncio… “Xico… Xico”. Faço sinal. Vamos com eles, um casal que parece regressar a casa. Assim rentabiliza-se o transporte, paga-se a gasolina com outra facilidade. Em Xico, ainda nos deixam mesmo no centro, pagamento justo, uma espécie de Uber improvisado.

Rua de Xico

Gostei mais desta segunda aldeia. Tem uma alma diferente, mais pacata, ainda mais rural. Ruas fascinantes e de certa forma mais compacta. Havia mesmo aqui um lugar onde poderíamos ter ficado. Agora já não, que se encontra esgotado. Mas fomos ver. Era numa das orlas da aldeia, junto a uma ribeira que corria rápido. Um sossego fabuloso. Mas se calhar não teria sido boa ideia no contexto desta viagem e deste plano.

Vamos andando por ali, explorando. Em Xico já não há restrições de COVID-19. São estas incoerências de que falava ainda agora. Um grupo de jovens está sentado nas escadas da igreja principal, ali no parque central.

Um restaurante em Xico

Encontro um museu que parece estar fechado. Uma moça do restaurante ao lado vem à rua, pergunto-lhe. Diz que não, claro que está aberto. Na realidade o museu é deles. Um preço um bocado exagerado para o contexto mas estou curioso. Pagamos, recebemos uma explicação geral sobre o local e ficamos lá dentro, sozinhos, para explorar.

Agora tenho que explicar um pouco melhor… não é um museu convencional. Nada disso. São salas de uma casa centenárias com peças que foram sendo acumuladas. De todos os tipos, algumas misteriosas. Há uma certa presença da Santa Muerte, uma noiva-cadáver, fotos de Xico antiga, uma panóplia sem fim e sem uma organização aparente de objectos do passado. Mesmo como gosto. Foi uma experiência memorável.

Um museu muito louco

Tirei fotografias como se não houvesse amanhã, algumas, belissimas, em preto e branco, depois subi à torre, por uma periclitante escada em caracol de ferro. A vista é muito boa. Local perfeito para arrancar uma foto de uma perspectiva geral da aldeia (imagem de topo deste artigo).

Terminada a agradável visita, entrámos no restaurante ao lado. Comemos ali, bem servidos pelas manas que eram vendedoras natas, habilidosas a puxar por encomendas mais abrangentes do que o desejado. Simpáticas, muito simpáticas, uma memória doce deste dia passado nos arredores de Xalapa.

Um “Carocha” em Xico

Estava na hora de regressar. A tarde ia avançada, o céu carregava-se ainda mais. Regressámos ao centro, fomo-nos postar na esquina onda passava o autocarro e passados uns minutos lá veio ele.

Regresso a Xalapa. O serão foi tranquilo. Depois de escurecer, ainda em hora de ponta, a cidade é muito viva. Mas depois morre rapidamente e à noite não se passa nada. Teria ido comer ao restaurante da véspera, se não estivesse ainda cheio. Não conseguia pensar em ingerir nada de substancial. Ficámos pelo quarto de hotel, depois de um dia bem preenchido.

 

 

 

 

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