O terceiro dia da viagem foi um fiasco e basicamente não ter tirado fotografias confirma isso. E até começou bem. Tínhamos combinado sair de casa mais cedo. A ideia era tomar um pequeno-almoço bem tradicional, e isso aconteceu. Mais uma longa viagem pelas avenidas de Riyadh, carro estacionado e entramos num espaço atarefado.

O interior era amplo, simples e limpo. Os clientes eram todos homens. O meu amigo tratou a encomenda, e com mestria o fez, porque se comeu muito bem. Aquilo eu chamo de almoço, mas ali passa por pequeno-almoço.

A partir daí as coisas não correram bem. Falei do Geocaching ao Mitheb, que não ficou especialmente entusiasmado mas se prontificou a ajudar-me a encontrar a minha primeira geocache na Arábia Saudita. Tentámos algumas ao longo do dia, sem sucesso.

Falei-lhe de uma necessidade premente, para resolver uma azelhice minha: tinha-me esquecido do adaptador de ficha eléctrica e agora não podia carregar os meus dispositivos. Para já estava bem, porque ele tinha um adaptador em casa, mas para a viagem era imperativo arranjar um para mim.

Naquele estilo bem de Riyadh andámos para trás e para a frente a comer quilómetros à dúzia em busca do tal adaptador. Primeira paragem, não tinham nada. Segunda paragem, só um modelo XPTO enorme e pesado e custar 40 Euros. Nem pensar. Terceiro paragem, nada. E então optei por comprar um carregador para desenrascar. Que, já agora, avariou alguns dias depois.

Com isto já se tinham passado horas. Visitámos um lago que, segundo o meu anfitrião, se enche completamente de gente após o pôr-de-sol. Não o lago, a zona envolvente. Mas no pico do calor – que era muito – era depressivo. Não se via vivalma. Só mesmo o esmagador calor. Mais um fail.

Museu Nacional… encerrado. Típico. Um outro museu, etnográfico, que gostava de visitar. O santo Mithab lá me levou, passámos à porta… advinhou, fechado. OK… vamos ver o núcleo histórico de Riyhad. Actualmente classificado de Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Ah pois é. Fechado. E assim se passou o dia.

Ao serão reencontrámos o Abdullah, fomos a uma área da cidade muito agradável, cheia de vida, muita gente. Restaurantes, bares, animação. O que eles queriam era levar-me a comer doces e foi isso que fizemos. Dizem-me que aquele bairro é especialmente dinâmico porque é uma zona de emigrantes do Levante. Gentes do Líbano, Sìria, Turquia. Portanto, malta que gosta de se divertir, de sair, de conviver.

Mais uma viagem de carro para outra zona da cidade, vamos jogar snooker. Ganhei os jogos todos sem piedade, num local a fazer lembrar o meu habitual pouso para tacadas em Lisboa. E pronto.

Regressámos a casa, vi um pouco de futebol na TV do Mitheb. Os últimos jogos da Premiere League antes do início do Mundial do Qatar. E ainda saí, um breve mas interessante passeio a pé até ao supermercado, a uns 600 metros de casa. Gostei do meu primeiro contacto com o comércio de retalho saudita. Variedade, bons preços, produtos interessantes… as tâmaras então, ó meus deuses, que coisa fabulosa… passei as semanas seguintes movido a tâmaras.

Voltei para casa carregado. Precisava de mantimentos para a viagem do dia seguinte.

 

2 COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui