O Alexander saiu cedo para o trabalho. Eu deixei-me ficar, na ronha, toda a manhã. Na véspera tinha tomado uma decisão importante: abdicaria de entrar na Moldávia. Apesar da frustração de estar tão perto de um país habitualmente tão longe e não o visitar, creio que foi a escolha correcta: seriam 10 horas para cada lado a partir da Transilvânia, e nem sequer tinha conseguido arranjar um “couch” em Chisinau. Assim, em vez desse esticão valente, decidi adicionar mais uma paragem no roteiro romeno, e visitar Sibiu.
Foi portanto de volta deste assunto que me concentrei durante boa parte da manhã, consultando horários de comboios, enviando pedidos de “couch”, não só para Sibiu mas também para a última noite na Roménia, em Cluj.
Caminhei até à baixa de Ruse, onde me encontrei com o Alex. Tomámos uma breve refeição juntos, e levou-me à estação de comboios, com paragem em casa para recolher a mochila preparada. De novo, tudo correu sem espinhas no transporte ferroviário. A indicação da linha era clara, e entretive-me a observar as operações do comboio. Chegou, com uma locomotiva que foi retirada. Um bocado antes, tinha vindo uma composição no sentido oposto, com uma máquina romena. Que tinha sido previamente desengatada e deixada à espera numa linha secundária. Foi depois essa mudada para o comboio que eu haveria de apanhar, enquanto a que tinha chegado antes transitou para o que tinha vindo dos lados da Roménia. Já sentado numa carruagem quase vazia, foi tempo de controle de passaporte do lado búlgaro, tendo sido de novo controlado pelos romenos na primeira estação do lado de lá da fronteira. Depois, foi rolar, até que se chegou a uma estação a meio caminho e algo bizarro sucedeu: o sossego terminou abruptamente quando uma multidão de romenos “invadiu” as carruagens. De vazio passou a sobrelotado, com algumas pessoas viajando de pé, tudo em animada conversação. Definitivamente, uma transição clara do mundo eslavo para o mundo latino.
À chegada da “Gara du Nord”, os parasitas do costume… taxistas e outros afins. Foi tempo de sair de lá para fora e pôr pernas ao caminho. Passeio sem problemas, tranquilo, relaxado, parando pelo caminho para procurar umas caches, que por sinal não foram encontradas. Cheguei ao local de encontro com o meu novo anfitrião algo adiantado, e seguiu-se a espera.
O meu lar para os dois dias de Bucareste é mesmo no centro da cidade. A localização não poderia ser melhor, e tomei um belo duche numa casa de banho moderna, coisa que não via desde que sai de Portugal. O Radu, por assim dizer, é bom rapaz. Preparou o quarto dele para mim e mudou-se temporariamente para a sala. Um quarto! Cama, lençois, almofadas! Luxo! Conversámos um pouco, claro, sociabilizei com os gatos dele… e saimos para encontrar os amigos dele. Uma cambada bem agradável, todos de inglês fluente, interessantes e interessados. Falou-se de tudo… da história da Roménia e da de Portugal, de viagens, de experiências, da natureza dos povos e de tanto mais. A noite acabou, já a altas horas, a comer frango assado, depois de uma passagem por um novo “club” da capital romena.
Tabela de Despesas
1,40 Eur Pizza
2,32 Eur Cerveja
1,95 Eur Frango