Padang Bai já se tinha definido na véspera e para o dia de hoje sabia mais ou menos com o que contar. Lá em cima os deus da meteorologia sorriram-me logo pela manhã, oferecendo um céu azul como já há uns tempos que não via. Tomei o pequeno-almoço, a incontornável panqueca de banana com mel e o sumo de tamarindo e fiz-me ao caminho. Foi uma manhã com muitos templos, não só revisitando os que já tinha visto no dia anterior, com pouca luz e alguma chuva, como descobrindo outros, uns de que a minha companheira francesa de viagem até aqui me tinha falado, junto à água, já fora da aldeia.
Esses só pude visitar brevemente porque fui “apanhado” pelos guardiões que me disseram que para estar ali precisava de ter um sarong vestido. Ora os meus dois sarongs estavam no hostel e não ia fazer o caminho todo para trás e depois regressar. Ainda era uma certa distância e o calor húmido apertava.
Descobri um pequeno templo, mais um altar do que outra coisa, mesmo junto ao mar. Ninguém por perto. Isolamento, tranquilidade e o azul por única companhia. Muito interessante.
Visitei a outra praia de Padang Bai, diferente da outra mas ao mesmo nível, agradável sem ser fascinante. Não muito diferente das que tenho ao meu alcance quando estou em Portugal. Como sempre tive. E o dia passou-se nisto. Andando, devagar, para aqui e para ali, repetindo alguns percursos, metendo o nariz em tudo… até na estação de ferries fui espreitar.
Na praia de pesca, directamente na aldeia, uma multidão de crianças e algumas mulheres brincam na água. Uma embarcação é abençoada por um sacerdote numa pequena cerimónia envolvendo um ajudante, muitas oferendas e queima de incensos.
Parei para beber uma cerveja num café vazio. Estava tudo vazio. Aberto mas sem clientes. Depois sentou-se ali ao lado um homem mais velho que eu, viajante, com um livro. Pediu também uma cerveja. Um momento que reflete o dia, uma tarde de preguiça, para relaxar e deixar passar o tempo. Dei mais umas voltas pelas vielas estreitas da aldeia, vi os cestos onde são mantidos os galos para os combates e, imagino, respectivas apostas.
Mais templos, imagens da vida quotidiana: crianças que cantam numa escola, mulheres que voltam a casa com as compras penduradas em si e nas suas scooters, uma mercearia-café com clientes que conversam animadamente no exterior.
Volto a passar pela rua marginal, que mais hei-de fazer… foi bom ter decidido ficar uma segunda noite em Padang Bai para poder relaxar e sentir isto de não ter que ir a lado nenhum. Num só dia poderia ter visto tudo mas não sentiria o pulso a esta localidade da mesma forma.
Fui ao pontão onde chegam e partem embarcações rápidas cheias de turistas que passam tempo das ilhas Gilis. Ainda bem que descartei esta hipótese. Deixo-me estar ali um bocado, fundo-me no ambiente, observo. As rotinas, os indonésios que esperam os estrangeiros para lhes vender qualquer coisa. Transporte, uma bebida fresca.
Acabei o dia no Bamboo Paradise Hostel. Um espaço comum exterior confortável para passar um serão a descontrair e a preparar a jornada do dia seguinte, que me fará viajar até à ilha seguinte, Lombok.