15 de Janeiro de 2024
O que escrever num diário quando não se faz nada num dia? Tinha decidido descansar. Já me vinha a sentir algo exausto e precisava de repouso.
Portanto, acordei e fiquei na cama. Não tinha dormido bem, mais uma vez, num dorm ruidoso, onde tudo gera barulho. A porta, o estrado, as escadas. Acho que pela primeira vez na vida acordei com os auscultadores ainda a passar a música de relaxamento com que tinha adormecido umas horas antes.
Eventualmente levantei-me para o xixi e para o pequeno-almoço de sempre. Incluído no preço. Tomei um duche, dei roupa para lavar. Mais tarde, já a meio do dia, saí para ver três cinemas antigos do Cairo. A pé. Uns 2 km para cada lado. A cidade está em pleno bulício. Só de ouvir já cansa. Vejo os edifícios, as fachadas outrora sumptuosas mas hoje decadentes. Lá estão as brigadas de polícia, que nunca se movem. Os agentes revezam-se, há sempre alguns no exterior, de atalaia, totalmente equipados e armados. No interior das enormes carrinhas blindadas há outros que cochilam.
Descubro dois dois cinemas que procuro, um em frente ao outro. Ainda funcionam, com filmes obsoletos, rascas, que atraem uma clientela jovem, igualmente rasca. O terceiro fica mais à frente.
Passo por uma rua pedestre, com tanto agitação positiva que sinto que o mundo vem abaixo. Encontro também o Cinema Diana. A missão está cumprida. Agora é regressar, pelo mesmo caminho.
Foi um passeio curto mas cansou-me imenso. Sinto-me adoentado sem sintomas evidentes. Simplesmente este cansaço não é normal. Pode ser o acumular de andanças, mas também não foram assim tão longas. Há também a poluição que poderá ter impacto.
Antes de recolher ao hostel páro na tasca libanesa para almoçar. Depois recolho-me. Acabo por dormir um pouco. Ao serão vejo o jogo entre a Argélia e Angola com o meu amigo da recepção. Como tirei a soneca ao fim da tarde o sono não vem, Desliguei a luz às quatro. Até lá entretive-me a preparar a visita a Luxor.