15 de Março de 2023

Cheguei ao Qatar ao fim desta tarde. O voo, proveniente de Karachi, desenrolou-se sem problemas, uma viagem tranquila, deixando para trás um mundo bem diferente do que viria encontrar. As dificuldades de comunicação, o caos, os dias repletos de problemas do Bangladesh e do Paquistão passaram a ser coisas do passado. Pela frente uma outra coisa que muito me agradou. Sentia falta da organização e facilidade de estar que fui encontrar no Qatar. Mas vamos por partes…

O aeroporto de Doha dispensa apresentações. Considerado várias vezes o melhor aeroporto do mundo (algo de que discordarei mais tarde, à saída… nada de dramático, mas longe da ideia de aeroporto modelo construída) recebeu-me muito bem. Formalidades de entrada ultrapassadas sem problemas, dinheiro levantado tranquilamente num multibanco e cartão de dados para o telefone adquirido com rapidez.

De seguida, encontrar o metro. Lá está o acesso. Uma série de máquinas de venda de bilhetes perfilha-se. Não há as filas dramáticas e o caos que espera os turistas à chegada a Lisboa. Ali, bastou-me olhar para a máquina durante mais de uma fracção de segundo para ter ao meu lado um jovem impecavelmente vestido, falando inglês perfeito. Está ali apenas para ajudar os passageiros que chegam a obter os seus bilhetes e para esclarecer qualquer dúvida.

Explicou-me tudo. Que bilhete me conviria para a estadia – todos os dias um bilhete diário – e como pagar. As minhas notas eram demasiado grandes. Sem problema, logo correu para uma bilheteira para trocar e regressou para se certificar que não teria problemas a operar a maquineta. Se as primeiras impressões são importantes, a chegada a Doha marcou o timbre para o resto da estadia: excelente!

Uma viagem de metro pacífica. Tudo bem indicado, de forma clara, em inglês e árabe. Mudar de linha numa estação e chegar à minha, National Museum, linha amarela. Dali até ao hotel marcado, uma pequena caminhada de algumas centenas de metros.

Olhos bem abertos, a absorver aquele mundo novo. Nada de especial. Carros normais, ruas normais, lojas normais, edíficios normais. Vou andando. Estranho o calor, abafado, mesmo já depois do sol posto. Nada de que me queixar. São as Arábias, apesar de estarmos no inverno.

Chego ao hotel, checkin. Wow. É um hotel a sério, e nas Arábias o hotel mais rasca tem laivos de luxo para mim. Subo ao quarto e tenho duas coisas a dizer: tresanda a tabaco e… é um palácio. O conceito de quarto aqui é na realidade… DOIS quartos. Um autêntico apartamento sem cozinha. Uma sala gigante, dois quartos, duas casas de banho. Bem, tudo bem, vou lá abaixo ter uma conversinha sobre o odor. Verificam que não me deram um quarto para fumadores por engano. Não, não deram. Pediram imensas desculpas, não podiam controlar o que os hóspedes fazem (claro que não podem, compreendo) mas não têm mais nada disponível. Para eu subir que mandariam alguém purificar o quarto. E assim foi. Passados uns dez minutos um elemento do hotel entra e desodoriza detalhadamente todo o meu espaço. Não resolveu mas ajudou, e no dia seguinte já quase não se sentia o cheiro.

Gozei daquele luxo privado, dormi muito bem, numa excelente cama com ar condicionado. Já estava a gostar do Qatar. No dia seguinte partiria à descoberta.

 

 

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