Li este livro quando preparava a minha viagem de dez dias ao Omã e gostei. Postas as coisas da forma mais simples, gostei. Comprei a cópia em e-book, ao Amazon e li-a todinha no meu Kindle, devorando as aventuras e desventuras de Rory Patrick Allen, um professor de inglês contratado para ensinar a língua aos militares do Omã.
Para ele tudo começa como um enorme desafio, um salto para o desconhecido, uma experiência cega. Dá por si a viajar para um país desconhecido, sem tempo ou vontade para se preparar. Um dia acorda no seu lar no Reino Unido e quando se retira para mais uma noite de sono, está do outro lado do mundo, se não em termos geográficos, certamente no mundo cultural. É a sua primeira noite no Omã e o principio de uma vivência que o marcará profundamente.
Ao longo das páginas do livro vai-nos contando as suas aventuras, por vezes num timbre pessoal, talvez demasiado, e noutras mais gerais, passando para as suas impressões e experiências enquanto visitante de longa duração no país.
Cedo estabelece amizade com homens locais, formando um grupo de amigos inseparáveis com o qual parte à descoberta do deserto e das terras do interior a cada oportunidade.
Entre os contactos com aranhas gigantes, fugas em alta velocidade a carjackers iemenitas e encontros e com espíritos que assombram a sua primeira casa e o deserto que adora, Rory cativa-nos, numa escrita cujo estilo se aproxima do de um bom blog, com um cunho pessoal intenso mas dando uma boa ideia do que é o Omã e a sua alma.
É uma leitura ideal para quem planeia uma visita a este país, apesar de que depois de bem espremido o sumo resta pouca informação efectiva. Mas não é isso que devemos procurar nestas páginas. Não, o que o autor tem para nos transmitir chega através do coração, da paixão que ele adquire pelo Omã, e que transporta em sim a essência da nação e do seu povo.
Não existe uma edição nacional deste livro que, imagino, tenha surgido apenas em edição de autor, disponível na Amazon UK.