Dormiu-se bem naquela casa num bairro tranquilo de Valladolid. Sempre se ouviam alguns cães a ladrar, mas no pico da noite silenciaram-se e os tampões de ouvido ajudaram a um sono consistente.

Acordar muito cedo, com o sol, para fotografar a cidade sem pessoas. Fácil, já que o jetlag não fez da missão algo de doloroso. Mas decepcionante porque não encontrei nada de inspirador para fotografar.

E fomos andando, chegar ao cenote de Valladolid. Um cenote é um depósito de água natural, uma bacia gigante, comum no Yucatan. Há por aqui muitos cenotes, alguns subterrâneos, outros semi-subterrâneos. O que se encontra nesta cidade tem a particularidade de ser mesmo no centro, o que não é comum.

A senhora da casa já tinha dito que achava que o cenote não estava aberto ao público porque estavam a fazer obras de requalificação (por outras palavras, a estragar, com infra-estrutura moderna). E de facto assim era. Mas foi lançada a hipótese de se poder entrar através do restaurante que se encontra junto ao local. Segundo o Google abriria às 9:30. Não estava aberto, tinha um cartaz que informava que o horário de abertura se iniciava às 10:00. Mas às 10:00 continuava fechado. Uma funcionária que ia a entrar disse-nos que apenas às 11:00. Sendo assim andámos mais um pedaço e chegámos ao mercado que, também ele, se encontraria em obras.

Obras não vi, mas estava quase vazio. Bancas de vendas de utilidades e roupas e pouco mais. Perguntámos pelo  mercado da fruta e vegetais e indicaram-nos, um pouco mais à frente em bancas temporárias ao longo de um caminho.

Esta parte foi boa. Muita variedade, coisinhas boas para comer. As frutas e vegetais, pois claro, mas também doces tradicionais, chocolate caseiro, sumos naturais e tudo o que se possa imaginar no México. Foi agradável.

Almoço de novo no mesmo local nos arcos. Não tão bom como na véspera mas mesmo assim agradável.

Entretanto fomos para casa. Descansar, deixar passar tempo. Pouco para ver e fazer em Valladolid. A meio da tarde saímos de novo. Comprar bilhete de autocarro para Izamal, desta vez numa empresa local, o chamado autocarro de segunda classe, sem ar condicionado, com muitas paragens, mais moroso mas muito mais divertido. Tratado. Saída no dia seguinte ao final da manhã.

Mais uma passagem pelo zócalo. Pessoas. Nada de mais. Vamos então ao restaurante do cenote. A ideia era só dar uma vista de olhos, se nos deixasse, mas fomos tão bem recebidos e a ementa era tão agradável e acessível que acabámos por jantar por lá e foi um bom bocado, coroado por uma tequila de qualidade. E o cenote foi visto, nada de especial mesmo.

Aqui está o cenote

Voltámos ao zócalo nas calmas, com aquela sensação de esperar apenas o tempo passar para sair de Valladolid. O sol punha-se, era fim-de-semana e havia muito mais pessoas e bancas a vender comida e bebida. Um pouco de “people watching”.

Fomos andando para a nossa zona e ficámos positivamente espantados com a relativa animação que havia nas áreas em redor do convento. Até um espectáculo de dança. Mas mesmo assim tudo muito morno. Nem havia luz para ver os dançarinos.

Valladolid foi um daqueles locais que não deixam saudades nenhumas. O pãozinho sem sal a que me soube a maioria da viagem no México.

 

 

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