Este foi um dia de movimentações. Parte da manhã ainda passada em Tlatocalpan. Com alguma esperança de encontrar, como por milagre, um lugar para passar uma terceira noite por aqui. Mas os astros não se alinharam.

Restou percorrer uma última vez aquelas ruas maravilhosas, procurar a senhora responsável pela casa para lhe entregar a chave e partir para a paragem de autocarros, quase ao virar da esquina.

A primeira paragem seria em Alvarado. Esta descoberta foi genial. Em vez de ter que ir a Vera Cruz, a ADO oferece o serviço de transporte de Alvarado para Xalapa, onde passaríamos as próximas duas noites. Sim, Xalapa, o berço dos famosos e quentes jalapeños.

O autocarro apareceu, muito local, com a vizinhança que se conhece e que se encontra vezes sem conta no transporte. Vão até Alvarado ou provavelmente para Vera Cruz. Tratar de assuntos, comprar o que aqui em Tlacotalpan não ser arranja, talvez a uma consulta médica.

O percurso foi emocional. Tlacotalpan ficou para trás e a saudade já se faz sentir. Foi decididamente um dos pontos mais altos da viagem e não sabia nessa altura o que se seguiria.

Em Alvarado uma espera de mais de uma hora pelo autocarro para para Xalapa. Andei ali pelas redondezas, passei por um Oxxo do lado de lá da rua, trouxe umas bebidas. E por fim a caminho do destino para este dia. Um trajecto sem grande interesse.

À chegada a Xalapa encontrámos finalmente a chuva. E de que maneira. Do terminal apanhámos um taxi para o pequeno hotel perto do centro. Um hotel bem escolhido. Mas quando a viatura se deteve à porta, chovia torrencialmente e um par de metros foi o suficiente para uma molha a sério.

Felizmente a chuva parou pouco depois. De Xalapa já não se viu muito naquele dia. Já era escuro quando saímos e a impressão que ficou foi de uma cidade diferente, mais próxima de uma urbe europeia do que qualquer outra que tenha conhecido no México.

Não é só o aspecto das ruas, dos edifícios. É também o das pessoas. Muito diferente. Debaixo de umas arcadas um artista de rua tocava jazz. Passam jovens, estudantes, há muitos estudantes aqui, é uma cidade universitária. E agradável, sem ter nada de extraordinário.

Uma curiosidade: a capital do Estado de Vera Cruz não é Vera Cruz. É Xalapa.

Mas agora era hora de jantar e estava faminto. Tinha que comer algo de substancial, uma necessidade que não ocorre com frequência mas que naquele momento se impunha. Uma pesquisa rápida no Google Maps mostrou-me a Casona del Beaterio, um restaurante local com uma boa classificação não muito longe. Lá fomos e que sucesso! Barato, excelente comida e serviço simpático. Foi uma refeição em grande, talvez demasiado em grande, escapei por pouco a um problema de digestão mais ou menos grave, senti que foi por pouco, esteve mesmo no limite. Porque de facto abusei, e como não o fazer com oratos daquela qualidade à minha frente!

E foi isto. Um dia simples, algo improvisado. Como tantas vezes sucedeu nesta viagem, Xalapa não estava especialmente planeada, mas ficava na nossa rota aproximada e seria natural parar aqui.

 

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