Foi um enorme prazer regressar a esta cidade de que tanto gostei. Com um dia pela frente a questão que se colocava era que locais revisitar. As coisas foram decorrendo com naturalidade. O zócalo, a praça central, a gigante praça central da Cidade do México foi a primeira prioridade. Afinal, durante os muitos dias que aqui tinha passado, nunca surgira a oportunidade de a ver em condições normais: ora estava interdita aos visitantes, ora havia eventos que a transfigurava.

Optámos por caminhar desde o Hotel Viena. Excelente escolha. O dia está agradável e este é um percurso agradável, já nosso conhecido mas sempre prazenteiro.

Vimos bonitas casas, detalhes urbanos, uma cidade ao seu ritmo normal, um organismo vivo em pleno funcionamento.

Fizemos um pequeno desvio para visitar um dos cinemas clássicos da Cidade do México, actualmente ao abandono, mas mantendo o esplendor de outros tempos: o Cine Opera, inaugurado em 1949 e, depois de uma longa curva de declínio, encerrado definitivamente em 1998. Neste dia, um grande bulício. Rodava-se um filme em frente à sua fachada.

Cine Opera

Passámos em frente ao Palácio das Bellas Artes. Hesitei quanto a uma visita ao interior mas acabei por não o fazer. Mais à frente uma total surpresa: o edifício dos correios, encontrado por acaso. Um esplendor magnífico. Ainda utilizado na sua função histórica, ofereceu um momento único. Lá dentro as pessoas formam pequenas filas frente a cada guichet. Não fossem as roupas e as máscaras cirúrgicas da era COVID e podíamos estar no século XIX. Nada mudou no interior.

Os Correios

A seguir encontra-se o Museu Nacional de Artes. Este sim, visitei, mas não encantou. Poderá ser interessante para os aficionados de arte, mas não tanto para alguém que como eu tem apenas um vago interesse neste tipo de espaços. Valeu pela colecção agregada, dedicada ao telégrafo, esta sim, fascinante e bem exposta.

Por fim no zócalo. Hoje foi diferente. Fomos encontrar o espaço na sua normalidade relativa. Está um dia bonito. Muita gente. Afinal, estamos numa das maiores cidades do mundo e este é o seu centro social e funcional.

A multidão na Cidade do México não muito longe do zócalo

Há turistas, mas os estrangeiros diluem-se na massa de locais. Junto à catedral formam-me filas de mexicanos que aguardam a sua vez. Um homem ensaia o instrumento que vende, uma espécie de apito que replica o som dos animais da selva mexicana. O chamamento do jaguar é fascinante, fico tentado em comprar, mas não acontece.

Sentamo-nos a observar tudo aquilo, as pessoas que vão e vêm, os artistas de rua, os visitantes. Até que chega a hora de partir, deixar para trás aquele local cheio de vida que provavelmente não voltarei a ver.

A Cerimónia da Purificação no Zócalo

De novo a pé, para regressar a “casa”. Como não o fazer, com um dia lindíssimo e sabendo que é o último dia da viagem…

Passamos pela Alameda Central, um parque público bem ajardinado, devidamente mantido e usado pela população que ali passeia, conversa, namora, leva as suas crianças, passa tempo.

Depois, o Paseo de la Reforma, aquela grande avenida, a alameda monumental da Cidade do México que tanto me impressionou. Fiz um desvio para revisitar o Cafe Havana. Pedi uma cerveja. Não me podiam vender a bebida. As regras da casa dizem que bebidas alcoólicas têm que ser acompanhadas por algo para beber. Muito bem, então um pudim flan. Delicioso. Um momento bom neste último dia, mais um.

Dali ao hotel não é um longo caminho. Cada passo apreciado, cada instante absorvido. É o fim, quero viver cada segundo desde dia ao máximo.

Descansamos. Andámos bastante e está calor. Depois, ao cair da noite, voltamos a sair. Um pequeno passeio pelo bairro e a demanda de um local para jantar. Acabamos por encontrar um pequeno restaurante com um par de mesas na rua. Gostámos do aspecto, ficamos. Foi uma refeição simples mas agradável, um esparguete à bolonhesa com um sumo natural. Foi o fechar do dia. Amanhã sairemos da Cidade do México para Cancun onde dormiremos a última noite no México.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui