Oaxaca foi a maior de todas as decepções de uma viagem decepionante. Detestei. O barulho, a confusão, os estrangeiros por todo o lado. Super turístico e ao mesmo tempo miserável, quente e obcecada com o COVID.
Felizmente o alojamento escolhido era bom, o melhor da experiência em Oaxaca. No primeiro dia ainda se explorou um pouco da cidade. Havia uma tensão negativa no ar. Imensos polícias, manifestações previstas ou acontecidas.
Em cada esquina que dobrava via mais turistas. Que, claro, têm todo o direito de lá estar, tal como eu, mas pessoalmente prefiro locais que não sejam tão concorridos para obter uma experiência ainda mais local e genuína.
Tentei visitar o Jardim Etnobotânico de Oaxaca. Uma fila formada para uma visita disponível dali a duas horas. Sem comentários.
Os grandiosos monumentos da cidade, as suas igrejas antigas, dissolvem-se na poluição do trânsito constante. E não são bem como os postais apresentados pelos “influencers” de momento, com as suas fotografias ultra-saturadas e manipuladas em aplicações de edição de imagem. Nada.
Por todo o lado há cafés e restaurantes para estrangeiros, ocidentalizados nos preços e estilo. E lojas, dentro dos mesmos parâmetros. Cidade inflacionada, cidade pobre.
O senhor recepcionista do alojamento estava mais simpático hoje. Pediu desculpa pela véspera, que estava sobrecarregado de trabalho. Lá estavam na cozinha um par de tachos e alguma ajuda para lidar com a internet, que contudo se manteve bastante instável durante toda a duração da nossa estadia.
Que foi alargada pelo menos um dia devido a uma infelicidade: fiquei doente. O que não foi uma coisa má no contexto. Melhor ficar doente numa terra de que não se gosta e onde se tem um bom sítio para descansar, do que num local que apetece explorar e onde se está num dorm de hostel de baixa qualidade.
E foi assim que passei três dias em Oaxaca. vendo alguma coisa no primeiro, e depois mais dois de estaleiro. Ao fim desse período já me sentia em condições de seguir viagem para a Cidade do México, mas não especialmente bem.
Deixar Oaxaca para trás foi das melhores coisas desta viagem. Não importa o que toda a gente diz de Oaxaca, eu, DETESTEI. Ainda mais porque representou uma viagem tão longa e até dispendiosa para alcançar. Mas como já tinha deixado San Cristóbal de Las Casas de lado devido à péssima previsão meterológica – tão má que não deixava espaço para um “talvez” optimista – tinha arriscado. Foi uma aposta perdida.