Como os meus amigos sabem tenho uma paixão muito grande por Praga e, de forma geral, pela República Checa. Vivi por lá entre 2007 e 2010, sinto-me checo, sei lá, acreditasse eu em vidas anteriores e teria a certeza que no passado tinha nascido boémio, antes de me materializar aqui nesta ponta da Europa.

Foi assim com naturalidade que o meu primeiro trabalho para a The Wanderlust tivesse sido baseado nesta cidade. Aconteceu em Setembro, mas tenho estado tão atarefado a publicar os diários de viagem da América Central, aqui no Cruzamundos, que nem tive ainda oportunidade de falar nesta experiência.

Foi muito bom. Uma semana Em Praga e por Terras da Boémia com um excelente grupo de sete pessoas, que tudo fizeram para me facilitar a vida, a mim, como guia de viagem imberbe, virgem, pela primeira vez nestas andanças, de forma séria a profissional.

No início, um pouco nervoso, recebendo o pessoal no aeroporto. Tinha chegado na véspera, à noite. Fiquei satisfeito com o hotel, numa das minhas localizações favoritas na cidade, mesmo frente ao rio, central mas não demasiado. Correu tudo bem naquele primeiro dia. Subimos a Vysehrad, jantámos ali perto.

No dia seguinte foi dada a volta clássica de Praga, pela Praça Antiga, Ponte Karlovo, Castelo. Andámos imenso, explorando aqueles bairros antigos, percorrendo estreitas vielas, atentando nos detalhes.

Com o passar do tempo o programa prometido foi sendo cumprido. Foi-se a Terezin, uma prisão austro-húngara aproveitada pelos Nazis na Segunda Guerra Mundial. Noutro dia fez-se uma longa caminhada, de quase 20 km, em Cesky Raj – o Paraíso Checo – um belo percurso com edifícios históricos, florestas fascinantes, formações rochosas, quintas centenárias, árvores de fruto, animais dos campos. Fomos a partes de Praga onde os turistas raramente vão. Explorámos os bairros de Zizkov, mais operário, proletário, e também o de Vinehrad, burguês e cosmopolita.

Improvisei um pouco, tirei da cartola um jogo de hóquei no gelo que não estava previsto e que foi muito do agrado de todos, mesmo dos que não eram adeptos de desporto. Foi-se outro dia para fora da cidade, mais um passeio com muita Natureza, num dia muito cinzento que se podia ter transformado numa grande molha para todos mas que felizmente se ficou por inofensivos chuviscos. Encontrámos uma trupe de estudantes portugueses a fazer Erasmus na capital checa que nos acompanharam até Kalrstejn. Não deu para entrar no castelo porque não havia nenhuma tour para breve, mas tomámos umas bebidas numa verdadeira tasca checa. Adorei.

Foram dias bons, doces memórias que ficaram. Muitos risos, conversas partilhadas, cervejas bebidas, fotografias tiradas. Um ou outro momento menos bem conseguido, mas no fim, um sentimento de sucesso. Acho que uma forma geral os meus novos amigos sentiram o mesmo. Bem, para o ano há mais.

 

 

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