Quilómetros nas Solas: 11 Km
Rombo no Orçamento: 2,80 Metro; 2,00 Museu; 7,50 Supermercado
Locais Turisticos: Bairro de Montmartre; Museu da Vida Romântica; Sena; Torre Eiffel; Casa de Honoré Balzac.
Depois do esplendoroso sol desaproveitado na véspera veio mais um dia cinzento, daqueles que me sugam a vontade de sair e explorar. A custo, lá sai de casa. Fazer o quê… ? Olha… vai mais um cemitério? É o que joga bem com esta luminosidade triste. Sendo assim, bom, vamos lá ver o de Montmartre como deve ser.
Foi uma visita proveitosa, descontraida, a passo lento, a atentar em pormenores. Consegui algumas fotografias boas, descobri campas interessantes. Nada de gente famosa, a caça hoje era de outro tipo, em demanda da beleza bucólica de um velho cemitério.
Saímos, fomos espreitar a parede dos I Love you, onde a frase está escrita em todas as línguas do Mundo (todas poderá ser um exagero, mas está em muitas). Dali passámos ao Museu da Vida Romântica. Decepcionante. Tinha lido críticas muito positivas mas a mim soube-me a muito pouco sob todas as perspectivas. É uma pequena casa com dois andares, quatro ou seis salinhas expondo basicamente telas, numa colecção muito limitada. A entrada é gratuita mas quando me perguntaram se queria o bilhete gratuito ou um bilhete de dois Euros, não obrigatório, à laia de doação, escolhi aquele que era a pagantes, senti-me subtilmente pressionado. Mas sem problemas. Mesmo assim, valeu. E, mais uma vez, a simpatia de todo o pessoal desta casa-museu a surpreender. Levava um feedback algo negativo da malta de Paris e contudo os parisienses foram uma das poucas surpresas agradáveis desta viagem.
O dia estava mesmo marcado com uma carga negativa. Não me apetecia fazer nada. Nadinha. Mas ele estava ai e de uma forma ou de outra era preciso enchê-lo, apesar de estar a ser o mais desagradável – fisicamente – de todos os nove passados em Paris. O frio era agressivo e embora não chovesse o céu estava muito carregado.
Apanhámos um metro quase ao calhas, fomos para a zona a seguir à Torre Eiffel, uma área algo bizarra com prédios muito altos, com pouca gente, como se fosse um filme de ficção científica, demos por nós quase prisioneiros, sem conseguir sair das plataformas contíguas em cujas lajes cada um destes monstros de betão assentavam.
Finalmente encontrámos uma abertura. Estávamos perto de Bir-Hakeim, uma ponte que cruza o Sena e que ganhou o nome de uma batalha da Segunda Guerra Mundial onde aparentemente uma força francesa se opôs ferozmente ao Afrka Korps alemão no Norte de África. O monumento que encontramos a meio da ponte é interessante, mas sê-lo-ia bastante mais com outra luz. A meio do tabuleiro a linha elevada do metro, por onde tinhamos passado um bocado antes.
Atravessámos então o rio e fomos andando até encontrar a casa-museu de Honoré Balzac. A zona não era nada feia, mas tenho que ser repetitivo, porque a sensação o era: não com um dia assim. Demos com o museu, que visitámos brevemente. Outra decepção. E também gratuito.
Fomos para o metro e para casa. Home sweet home. Descanso e quentinho. O Pascal chegou mais tarde. Tinhamos combinado jantar juntos. Ele pediu desculpa por não estar com disposição para cozinhar e comemos queijos com pão e petiscos leves. Tinha preparado arroz doce – algo que não me importo de repetir porque apesar de não ser uma criação portuguesa é algo muito nosso e fica sempre bem. Comemos a sobremesa nos pratos da bisavó de Pasca (ver foto em baixo). Mais um serão de animada conversa, a abordar o paraíso de São Tomé e Principe e outras coisas igualmente interessantes.