Hoje, fui turista, nesta cidade que é já minha. Não tão minha como dos que por aqui nasceram ou para cá se mudaram há tanto tempo que lhes parecerá séculos, mas, mesmo assim, já minha. Foi Sábado, e o sol esteve cá, alegrando Praga, fazendo os turistas deste fim-de-semana sentirem-se sortudos. Afinal, estamos em pleno Inverno. Quando as temperaturas deveriam estar no negativo, quando a neve devia cobrir as ruas e o vento gélido impedir as pessoas de circular… temos mais um belo Sábado, solarengo, ameno.
Saí de casa sem destino. Apanhei um eléctrico, só porque vinha a passar. Deixei-me levar por ele por duas paragens e apeei-me em Právnicka Faculta. Atravessei o rio pela ponte Chechuv, e deixei-me vir de volta, pela margem oposta. Em Malostranska uma multidão aguardava entrada na Exposição Wallenstein e o Seu Tempo. Pelas ruas de Mala Strana uma multidão de turistas circulava, para cá, para lá, com as suas luzídias Nikon, activas, captando à vontade de cada feliz proprietário. O dia esteve mesmo agradável. E eu, metido por aquelas ruas tão caprichosas, cheias de recantos maravilhosos, de lojas encantadas. Lembrei-me que hoje era dia de futebol e entrei num “Sportsbar” que conheço ali mesmo por debaixo da ponte Karlovo. O jogo Birmingham-Arsenal estava a chegar ao intervalo. Decidi percorrer um pouco mais para voltar pouco depois para a segunda parte. Acabei em frente ao prédio onde em Abril estive hospedado uma semana, e visitei a livraria que está ali à beira. Na ponte, os trabalhos de renovação prosseguem, mesmo ao Domingo, que isto de levar 8 anos a recuperar todo o tabuleiro não deixa espaço para fins-de-semana. E com isto estava na hora de voltar para ver o jogo. Foi divertido. E depois, regressar a casa, pela Karlovo, pejada de gente. Estão a invadir a minha cidade, estes turistas. Gostava que nos deixassem em paz.